Forum de Proteção e Automação - CONPROVE

bom tarde pessoal,
Segue duvidas que ainda não consegui bem esclarecer:
1) Na ocorrência da falta fase-terra no secundário qual curva deve ser responsável pela proteção? a de fase ? ou a de Neutro ? uma vez que há indicação para manter a curva de fase abaixo da ccc mínima no lado estrela ! ou seja, essa falta não deveria ser atendida pela curva de neutro ? Surgindo também a dúvida que na ocorrência da falta Fase-Terra não há circulação de corrente no neutro para acionamento dessa unidade !
2) As curvas de Fase e Neutro, do relé instalado no lado delta, devem ser ajustadas para a menor condição de cc identificada, tanto no lado delta quanto no lado estrela ?
3) Por ultimo, mas não por fim, tentando resumir minhas dúvidas: como posso correlacionar as curva de Fase e Neutro do Relé com os diversos tipos de cc tanto no primário quanto no secundário, ou seja, qual curva deve responder a cada tipo de ocorrência de cc tanto no primário quanto no secundário.
Complementando, na proteção de sobrecorrente de transformador triângulo-estrela aterrada sendo o relé instalado no lado triângulo, qual o significado de ajustar a curva de neutro se não tem neutro primário.
Se alguém puder me ajudar, estou a disposição nos endereços:
[email protected]
(11) 99152-9425
Obrigado,
celsobernardodacruz

Prezado Celso,

Seguem alguns esclarecimentos quanto as dúvidas abordadas:

1) Tanto a curva de neutro, quanto a curva de fase conseguem pegar o curto fase-terra, o que acontece é que a curva de neutro é mais eficaz na eliminação deste tipo de falta, visto que esta é mais sensível em sua atuação. O ajuste da curva de fase na mínima corrente de curto do lado estrela se dá justamente para a esta curva conseguir atuar para este tipo de falta. Sempre haverá circulação de corrente no neutro (lado estrela) mediante uma falta fase-terra.

2) No lado de delta não há corrente no neutro, visto que não há componente aterrado. Portanto, não se utiliza curva de neutro, apenas a de fase, de modo que a curva de fase deve ser parametrizada para a corrente de curto fase-terra neste lado. Já no lado estrela, conforme supracitado, pode-se utilizar a curva de neutro para identificar o curto fase-terra, desta forma a curva de fase por sua vez precisará enxergar apenas curtos bifásicos e trifásicos.

3) No lado estrela, onde há aterramento, a curva de neutro pode ser responsável pelos curtos fase-terra e fase-fase-terra, já a curva de fase pode cuidar dos curtos fase-fase e trifásicos. No lado delta, onde NÃO há aterramento, a curva de fase é responsável por todos os tipos de curtos.
De fato não instalação de relé de neutro no lado delta.

Atenciosamente,
Hiury Gomes

Prezado Hiury Gomes, justamente pela ligação dos TC´s estar em estrela, a companhia exige a proteção de neutro 50N/51N? Visto que conforme citado acima, o trafo ser delta-estrela não há o aparecimento de componente de sequencia zero, ou seja, não irá provocar o surgimento de desequilíbrio de corrente no sistema. Pelo fato dos TC´s estarem ligados em estrela (todos os S2) em comum, surgirá uma corrente (IN) pelo TC, caso houver um desequilíbrio, a proteção 50/51N irá operar; chamo de neutro calculado. Está correto o meu raciocínio ?

At.te Bruno Franzoni
Ribeirão Preto - SP

Bruno,

O fato dos TCs serem ligados em estrela não seria um motivo para as companhias solicitarem funções 50N/51N. Estas funções são demandas devido a sua maior sensibilidade a curtos Fase-Terra.

Ainda que o Trafo seja Delta-Estrela haverá o desequilíbrio no sistema, no entanto, no lado Delta não haverá a circulação de corrente de sequência zero, e muito menos pelo neutro, visto que este não existe neste lado.

Por fim, sim, quando houver um curto Fase-Terra haverá a sensibilização das funções 50N/51N devido ao desequilíbrio ocasionado no sistema e consequente identificação de uma corrente CALCULADA pelos IEDs (corrente residual, ou 3I0).

Atenciosamente,
Hiury Gomes.