Forum de Proteção e Automação - CONPROVE

Bom dia Pessoal.
Em relação à função direcional.
Quando ativada em alguns IED'S ela anula a função de sobrecorrente?
Outra pergunta é?
Se a polarização for de 90º, o que se torna mais seguro, no caso do relé ABB REG 630, quando olhamos para fora do gerador, sentido barra, a direção será sempre " para frente " ?
Se quisermos olhar para dentro do gerador, caso não parametrizamos a função 87, apenas colocando " Reverse " o IED já entende ?
Os angulos de configuração são sempre o MTA ? que deriva do estudo de uma falta À terra ( I = V/Z), onde o angulo do resultado da divisão é sempre o angulo caracteristico?

Exemplo:
Impedância da linha: Z fasor 30º
barra de referÊncia : V fasor de 0º

Resultado: I = X Fasor de - 30º.

Assim se colocarmos o angulo característico em 60 graus ele cairá sobre o máximo torque ( 90º - 30 = 60º ).

Prezado Usuário, bom dia!

Respondendo aos seus questionamentos:

- Quando você habilita a direcionalidade você não anula a função de sobrecorrente. Na verdade o que ocorre é que você adiciona mais uma condição para que o trip ocorra. Partindo do básico, sem direcionalidade. Para que o trip aconteça é necessário que duas condições sejam atendidas. O módulo da corrente que se apresenta para o relé deve vencer o pick-up parametrizado no mesmo E o tempo de contagem deve ser estourado (observe que eu destaquei E, pois é necessário que ambas sejam atendidas). Quando ativamos a função direcional, para que o trip ocorra é necessário que além do pick-up vencido e do tempo contado, a condição direcional seja atendida. Exemplo: O relé está parametrizado com 10 A secundários de pick-up, uma temporização de tempo definido em 0,5 segundos e ele deve operar para direção DIRETA. O trip só irá ocorrer quando as três condições acima forem atendidas, caso a direção da corrente seja detectada para a região reversa, o relé não opera.

- Para definir o que DIRETO e o que é REVERSO eu sempre recomendo uma regra básica. Ao Garantir que a polaridade o TP no secundário está casando com a polaridade da entrada de tensão do relé e a polaridade do TC no secundário está casando com a polaridade da entrada de corrente do relé, garante-se também que o ângulo entre a tensão e a corrente visto pelo relé seja o ângulo de carga ou da impedância que limita a falta, dessa forma o relé sempre irá declarar como direcionalidade DIRETA. A direcionalidade REVERSA é vista como uma defasagem angular citada acima, acrescida de 180°. Com isso em mente, o usuário determina se a falta na barra é direta ou reversa, ou se a falta no estator de uma máquina é direta ou reversa apenas realizando as conexões dos TC's e TP's.

- Caso a sua polarização escolhida for a "Em Quadratura (90°)", o seu raciocínio estará correto. Caso a forma de polarização seja outra fonte, é necessário avaliar os ângulos entre tensão e corrente para diversas situações de falta. Só assim poderá encontrar um ângulo ideal.

Boa tarde Adriano.
muito obrigado.

Adriano ,

Olhando uma oscilografia , ou os fasores , como faço para dizer se a direcionalidade é direta ou reversa?

Prezado Carvalhes,

Isso quem determina é o ajuste da função 67 e o tipo de polarização utilizada. Vamos supor que do ATM seja de 45°, somando 90° e subtraindo 90° temos a região direta. Considerando que minha polarização é de quadratura.

Analisando a fase A de corrente a polarização será a tensão Vbc chega-se ao seguinte gráfico.



Obs: O ATM divide a região direta em duas.
O ARP é minha polarização ou referência (ângulo 0°)

A região verde é a região direta ela vai de 315° até 135°.
A região branca é a região reversa ela vai de 135° até 315°.


Na análise deve-se verificar o ângulo de IA em relação a Vbc e verificar em qual região ele fica.
O racional para as corrente IB, e IC é análogo ao explicado aqui sendo utilizada as tensões de polarização Vca e Vab respectivamente.

Att
Eng° Michel

ok, obrigado.